quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dia da terra!

“Nosso modelo de urbanizar produz esses assentamentos precários. Pelo menos, agora temos uma idéia de que é preciso intervir no passivo, urbanizar as favelas. Mas o grande desafio é: como evitar a formação de novas? Isso só vai acontecer quando, finalmente, reconhecermos a moradia adequada como um direito dos cidadãos e garantirmos que os pobres tenham acesso à terra. No fundo, esta é a raiz de questões aparentemente distintas, como a dos quilombolas, dos sem-terra, dos indígenas e a dos posseiros urbanos. Hoje, temos recursos para construir a casa, mas não temos o chão. Esse é o pacto socioterritorial que o Brasil precisa fazer. Não da forma como é hoje, como se oferecer infra-estrutura, dignidade, fosse um favor que o governante faz: “Ele olhou para nós”. Isso não deveria ser negociado.”

Raquel Rolnik, arquiteta e urbanista, relatora especial da Organização das Nações Unidas para assuntos de moradia, em entrevista publicada na Carta Capital de setembro de 2008.

Você sonha?



Engraçado como a gente cresce, né. Não tô falando dessas constatações do "nossa, me formei" ou "fulana engravidou". Também. Tô falando das coisas que vão acontecendo e em pouco tempo - 6 meses é pouco tempo? - tudo muda. Aquele seu amigo siamês meio que não existe mais (ou você não sabe dele), aquela pessoa com quem você dividia planos e romance também desapareceu, sua conta bancária engordou (ou emagreceu) etc. Daí você imagina que são mudanças insignificantes diante da vida. Qualé? Se a vida não é feita desses enlaces e desenlaces do que é feita afinal? São exatamente essas pequenas grandes mudanças que determinam o curso das coisas - ou a ausência de curso. E quando você conversa um pouco com os seus atuais amigos mais próximos e relembra de outros tantos que passaram, percebe que alguns mudaram de cidade, casaram, estão planejando ou já realizando um mestrado fora do país, foram promovidos no emprego, tiraram 9,5 no TCC e se deprimiram por isso mas logo em seguida descobriram que a cerveja estava gelada e tudo então tava tranquilo. Não sei vocês, mas eu lembro exatamente quando a nossa preocupação era escolher o melhor filme, arrumar o melhor chocolate e a pizza mais em conta pra dividir com todo mundo nas tardes de sábado. E olha, novamente o tempo, não faz tanto tempo assim - 7 anos é muito tempo?

Pois é. Eu, por exemplo, não tenho medo dessas voltas DOIDAS que a vida dá. De repente: cabum! E você se vê fazendo algo completamente diferente, não planejado e bem feliz por isso. O que é sucesso pra você? Quais são seus planos?

Eu lembro da Xuxa dizendo que podíamos sonhar. Eu acho que devemos. Afinal, quando tudo muda ou quando tudo acaba, além de fotografias e memórias, não resta muita coisa além de novos e antigos sonhos.

2010 tá incrível.