quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Projeto Apollo



"Não estamos apenas entregando o dinheiro. Nós estamos emitindo um desafio. Estamos dizendo aos cientistas e engenheiros americanos que se eles reunirem grupos com as melhores mentes em seus campos, e se focarem nos problemas mais difíceis em energia limpa, nós vamos financiar o Projeto Apollo de nosso tempo", disse Obama.

Sabe, se você pensar bem, os Maias estavam certos. A primeira profecia fala sobre o final do medo. Diz que o nosso mundo de ódio e materialismo terminará no sábado 21 de dezembro do ano 2012. Neste dia a humanidade deverá escolher entre desaparecer do planeta como espécie pensante que ameaça destruir a terra ou evoluir para a integração harmônica com todo o universo. Compreendendo que tudo está vivo e consciente, que somos parte desse todo e que podemos existir em uma era de luz, sobretudo quando lembramos daquela máxima da borboleta que bate asas lá no Japão e causa um furacão no Caribe, nesse mundo de conexões, de compartilhar, de curtir e compartilhar mais uma vez, Obama catou o fundamento, muito embora não possa, ou melhor, não deva tomar atitudes mais corajosas. Por motivos um tanto evidentes, algumas vezes revoltantes, mas compreensíveis. Tal qual indicar uma atriz brasileira ao Oscar não seja sempre pertinente, mesmo que não mais um fato inédito. O que eu quero dizer é simples. O mundo JÁ mudou. E muito. E muda o tempo todo. O bonde já passou e quem não subiu talvez tenha se dado mal.

A renovação que começou há alguns anos e talvez culmine de alguma maneira no 21/12/2012 com o tal alinhamento do sistema solar tem questões muito claras em pauta. Igualdade de direitos, de conceitos, liberdade, fraternidade. Traduzidas em entrar num consultório e não estranhar o médico com tatuagem, entender as novas famílias formadas por casais homoafetivos, a desburocratização da adoção de crianças, a consciência de que o lixo precisa ser respeitado e bem resolvido etc etc. E lá vem o Papa, cuspindo bravatas, determinando o que é certo, o que é errado, esquecendo-se de que a religião que coordena é uma entre tantas, muitas, centenas de crenças e dogmas organizados socialmente mundo afora. Não somos mais assim, não cabe mais ser assim, não dá mais para ser assim. A pluralidade, complexidade, o desafio é fazer o mosaico andar harmoniosamente, com respeito, cuidando dessa raridade que somos nós. Li recentemente, após uma entrevista extraordinária no Conexão Roberto D'ávila, o livro 'Criação Imperfeita' do Marcelo Gleiser. Trocando em miúdos, o cientista nos dá conta de que somos, sim, sozinhos em vida inteligente num raio de comunicação possível no universo. Se existir vida inteligente fora da terra, ela está tão longe, mas tão longe, que não poderíamos nos comunicar dentro de um espaço de tempo compreensível. Sendo assim, tão raros e tão maravilhosos, cuidar de um planeta também tão incrível é mais que obrigação.

É postura, muito mais do que pensamento.

Suba no bonde.