domingo, 28 de junho de 2009

O terceiro santo



Hoje foi domingo com direito a final da copa das confederações e fim do dia aquecido pelas fogueiras oferecidas ao São Pedro. Posso dizer que, nesse meio tempo com direito a três gols do Brasil ( de virada); o sol, a presença dos meus pais e a minha ideia de fazer um bolo foram as melhores coisas do fim de semana - ou começo, avaliando o domingo como dia número 1. Ou ainda, todas essas coisas foram juntas a melhor coisa acontecida nos últimos meses.
É só deixar rolar, gente. Gols, sol, bolo no forno, fogueiras e chuva. Todos necessários e imprevisivelmente deliciosos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Inteiros




O filme do Jean Charles, vivido por Selton Melo, é realmente maravilhoso. Vou deixar de lado todas as questões que competem aos profissionais gabaritados analisar e vou chamar a atenção para um lado nem tão evidente mas que, para mim, foi muito pertinente na maneira "não pesada" com que o filme foi dirigido. As diferenças e sobretudo as semelhanças que unem e separam os brasileiros do resto do mundo. É mesmo impressionante o quanto que o nosso olhar úmido, nosso calor, nossa proximidade e por que não, nossa displicência, por vezes desleixo, em acreditar tanto e tão pouco na vida, nos colocam numa posição privilegiada. Nos motivamos, sonhamos com corpo e alma, nos envolvemos, ou também não é nada disso, tudo são generalizações e encontrar um ponto médio em algo tão plural como o brasileiro é uma tarefa injusta. Mas é que ali, naquele furacão cinza, frio e sisudo da atmosfera londrina, não se respira outra coisa além de distância. Distância do país de origem, distância entre as zonas centrais e periféricas, distância dos abraços, distância entre as pessoas que estão ali, bem perto. A ignorância, a falta de informação ou sei lá, o trajeto natural das coisas desenrolam o fim de um sonho de maneira tão brutal e injusta que fica difícil de acreditar no que aconteceu de verdade naquele metrô.
O que ficou, ficou de maneira positiva e reanimadora, talvez tenha sido a naturalidade com que também a vida se reinventa, recomeça e transforma tristezas e tragédias em algo bom, proveitoso e necessário. Levantar o nosso nariz brasileiro e nossa alma latina nos faz perceber que, dentro de contextos como aquele, a nossa humanidade e nossa entrega absoluta é realmente a melhor maneira de viver as coisas e de nos diferenciarmos dos indiferentes. Cafonas? Românticos? Fanfarrões? Sim, podemos ser. Mas somos de verdade. Sonhadores, amigos, felizes, inteiros. Largos nos gestos, generosos na oportunidade e na força, poxa vida, honestos mesmo. O filme fala disso, um tanto quanto em suspensão no ar, porém ali está, de maneira muito orgânica e natural, como deve ser. Percebi que Jean Charles não foi pela metade e não ousou desistir do que queria, se é que existia um objetivo. Para Jean, o caminho já era por demais prazeroso. Tinha o mundo e tinha amigos, bem ali, no sofá da sala. Um apartamento pequeno, uma mala de ferramentas, tudo em alguns poucos metros quadrados. Metros quadrados inteiros. Não pela metade, como uma fatia de pizza dura servida nos quarteirões. Não pela metade, como o salário compartilhado no fim de cada mês com a família no Brasil. Não pela metade, como uma polícia chamada Scotland Yard.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Santo número dois

'As noites de junho, porém, eram minhas de um jeito especial. No cheiro, na frieza do vento, nas cores dos seus enfeites. A fartura das comidas à base de milho verde – canjicas, pamonhas, o próprio milho cozido ou assado - , os pratos enormes espalhados na mesa, a vaidade de mamãe ao explicar seu jeito inimitável de dosar o leite de coco, tudo isso era uma emoção, da qual o estômago e o espírito participavam, cobrindo-nos de orgulho pelo que éramos, unindo-nos num coral de ternura por aquelas mãos quituteiras, afeitas aos mistérios do sal e do açúcar.'

Antônio Maria em 'Véspera de São João'.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Hello, kisses!

Ela é filha da minha chefe mas eu juro que não é por isso que eu acho ela super engraçada. E eu também não preciso justificar, ok?! Ok!
Lila resolveu montar uma barraca do beijo durante a quermesse aqui da agência. E o esquema era o seguinte: beijinho simples R$5,00, beijinho com gloss cor de rosa R$10,00 e beijinho com batom vermelho R$20,00! hahahahaha
Num é fofo? A gente ajudou a montar toda a fachada da barraquinha e dizem que durante a festa ela passava entre as mesas dizendo "barraca do beeeeeeeijo, barraca do beeeeijo".
Fervida é pouco. Dizem também que daqui a alguns anos ela quer ser publicitária. Eu lembro que mais ou menos na idade dela meu sonho era organizar um desfile de carnaval e essas lembranças ainda são super vivas na minha cabeça. Então, partindo desse princípio de beijinhos cor de rosa e escolas de samba, a gente sabe que no fim tudo dá certo mesmo, né, gente? Seja o caminho um 'pouco' diferente ou não, os nossos desejos vão desaguando numa cachoeira de boas intenções.

E a vida vai se colorindo.

domingo, 14 de junho de 2009

Bolo de Santo Antônio

Antes eu ficava muito encucado de tocar pra frente um blog qualquer. Eram vários os motivos que me empacavam. Falta de alguém pra fazer um layout, relevância dos temas ou das opiniões, preguiça, medo, vergonha etc. Daí que todas essas dificuldades de repente passaram por um motivo um tanto curioso: eu passei a escrever em blogs institucionais de empresas, marcas, grupos, enfim! Virou ganha pão! O que eu acho o máximo, visto que eu recebo uns trocos pra escrever sobre coisas que gosto.

Legal também encontrar blogueiros fervidos e super legais como a Jana do agoraquesourica, a Marcelle do coisasdemarcelle ou o pessoal do eles3, espaço da Closeup. Ah, tem também a Erika Palomino, o Marcelo Taz, o Antônio Prata, Emílio Fraia, enfim, vários dos meus ídolos na web são pessoas super acessíveis, simpáticas e talentosas; e não precisam fazer pose pra poder ganhar respeito ou coisa parecida - aliás, quem disse que respeito é o objetivo? hahahaha .

Sigo todo mundo no twitter e o que parecia ser um troço bobo virou ferramenta pra troca esperta de idéias e inspirações rápidas, com 140 caracteres no máximo (inspiração boa é assim, hehehe) !


Parece bobo, mas eu comento muito com meus amigos sobre como é importante perceber que figuras que você admira passaram pelos mesmos perrengues que você, compartilham de mais ou menos o mesmo histórico e são orientados e impulsionados pela mesma força que é a de realizar as coisas com prazer e comprometimento. A gente não quer gritar por revoluções vazias e nem as grandes obras da sociologia ainda estão frescas nas nossas idéias, talvez pelo passar do tempo, talvez pela desistência mesmo. Como disse brilhantemente uma amiga chamada Deyse "Então assim, talvez a gente não possa ajudar, porque esse grupo aqui, especificamente, tem o humor sarcástico como forma de sobrevivência nesse mundo ridículo." É mais ou menos isso, povo. Sabemos do que estamos falando e falamos bem, mas não precisamos fazer uma camiseta dizendo isso. Dizemos só de vez em quando, por aqui, num bloguezinho qualquer que pode ser seguido por algum estudante sedento de inspirações feito eu.

Obs: vamo fazer umas comidinhas de milho?

;)